Estou para aqui sentado,
Desolado,
À beira do riacho
Que corre já cansado,
Quase caminhando,
Agachado por entre os salgueiros.
No tronco de um deles,
Estou eu,
Curvado,
Debruçado
Sobre o espelho de água,
Esmagado por um enorme peso.
Amargura ou tisteza,
Sinto-as assim,
Unidas,
Abatidas sobre mim.
Malvadas que me roem,
Me consomem a alma.
Continuo aqui sentado,
Neste tronco envelhecido,
Corcunda
E corroído.
Ele e eu,
Ambos neste momento,
Tão modestamente parecidos.
GM - Lanterna Romântica 05-05-2012