quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Despidas das despedidas

A vós,
mãe e natureza mãe.

A manhã veio, copiando o trajecto habitual.
De mansinho, pela geada deslizou
e do nevoeiro aveludado, sorridente, 
deslumbrante, ela nos visitou.


(...) Começa mais um dia, na quinta Homem Paraíso. Flores, somente algumas em vasos, meticulosamente abrigadas debaixo do amplo e soalheiro alpendre. Animais, imensos e de espécies variadas, devidamente apaparicados. Alfaias, pastagens, poços com água potável...uma brisa agradável, aves pintando no ar, melodias vigorosamente entoadas, e belas e despidas árvores que adormeceram para o repouso merecido. 

Lago Homem Paraíso

O seu passeio desenrolava-se pausadamente; ora subindo colinas, ora saltando regatos de água virgem, ou até escalando penhascos, ou mesmo infantilmente deslizando pelas carumas secas que cobriam em mantos aveludados o chão sombrio dos pinhais. Ei-lo que gozava em abundância, em qualidade, aquela vida campónia a que se propusera, (...). Vigorosamente, sumia-se ao longe, por entre os milhares de troncos de  despidas árvores das despedidas...

(GM LANTERNA ROMÂNTICA 01-12-2010)

2 comentários:

GizeldaNog disse...

Oi, HC...

Estava com saudades de vê-lo aqui, mas diante do que escreveu percebe-se que viver é melhor do que escrever...

Quando você caminha na paisagem, os nossos sentidos vão junto, porque é doce a caminhada.

flor silvestre disse...

Só quem possui contacto íntimo com a vida no campo, sabe descrever tão bem detalhes e sentimentos a ela associados. Parabéns e continua!